🐺 Review – Fatal Fury: City of the Wolves – O Uivo do Legado

O clássico da SNK finalmente recebe uma sequência. Um novo sistema de combate, visuais incríveis… mas será que honra o legado de Garou?


Depois de títulos lendários como Project Justice, Marvel vs. Capcom 2 e SoulCalibur, lá em 1999, Garou: Mark of the Wolves não foi só mais um jogo de luta — foi uma revolução. Sprites 2D absurdamente bonitos, um sistema de luta técnico e inovador, e mecânicas como o T.O.P. Gauge e o lendário Just Defend elevaram o jogo a um status cult que vive até hoje.

Por muito tempo, uma sequência parecia impossível… até agora. Fatal Fury: City of the Wolves chegou. E ele vem trazendo mudanças bem ousadas: gráficos 3D, o novo REV System e várias melhorias. Mas será que o jogo mantém a essência que fez Garou tão especial?


🎭 A História: Bem-vindo de volta a South Town

De volta às ruas perigosas de South Town, um novo torneio foi aberto — e com ele, surgem novos mistérios e velhas rivalidades. Cada personagem tem seu próprio arco na campanha “Episodes of South Town”.

  • Terry Bogard investiga boatos sobre o fantasma de Geese Howard.
  • Rock Howard, agora treinando com seu tio Kain, luta para salvar sua mãe.
  • E muitos outros desdobramentos que exploram o lore clássico da série.

O modo lembra bastante o World Tour de Street Fighter 6, com exploração de cidades, lutas contra NPCs, progressão de nível e desbloqueio de habilidades. Funciona? Funciona. Mas… falta carisma. O mapa é simples, as caixas de texto são sem graça e a variedade de inimigos deixa a desejar — parece que você luta com os mesmos três NPCs o tempo todo.


🎨 Visual: O 2D virou 3D — e ficou lindo!

Se a transição dos sprites 2D pro 3D assustava, pode relaxar. A SNK mandou muito bem. Modelos incríveis, cenários cheios de vida, e uma direção de arte estilosa que entrega aquele impacto visual que todo jogo de luta precisa ter.

O sombreamento é sutil, mas dá aquele toque de anime moderno, misturando explosões coloridas com efeitos bem limpos. Os clássicos como Terry, Rock, Gato e Kain (jogável pela primeira vez) estão sensacionais. E os novatos, como Preecha, trazem estilos bem diferentes — ela, por exemplo, é puro Muay Thai agressivo no corpo a corpo (só peca no anti-aéreo).


⚙️ Gameplay: Clássico com camada extra de estratégia

O coração do jogo segue firme no 1×1 técnico, mas agora com o novo REV System, que adiciona um tempero estratégico:

  • REV Blow: Ignora ataques e devolve na força bruta.
  • REV Arts: Especiais turbinados, que podem ser encadeados com REV Accel.
  • REV Guard: Anula chip damage de golpes especiais.

Mas cuidado: usar demais superaquece sua barra REV, deixando sua defesa aberta até ela esfriar.

Além disso, o velho Just Defend está de volta, agora com o extra chamado Hyper Defend, que ajuda a controlar o superaquecimento da REV. E sim, ainda dá pra fazer Guard Cancel, quebrar especiais e criar janelas pra contra-ataques insanos.

O resultado? Um jogo com altíssimo teto de habilidade, cheio de possibilidades pra quem gosta de pensar cada movimento.


😤 Pontos que precisam melhorar (e muito)

A IA… meu amigo, é de tirar qualquer um do sério. A partir da terceira luta no modo Arcade, ela lê todos os seus inputs como se tivesse um controle escondido no seu quarto. Bloqueia tudo, pune qualquer vacilo e quebra completamente o ritmo do jogo.

Pior: alguns problemas da beta continuam aqui — comandos que não saem ou saem errados, deixando aquele gosto amargo no meio das lutas. Não chega a ser injogável, mas frustra.

O modo história é… ok. Serve, mas entrega pouco. E a interface? Meio feiosa, com menus esquisitos e textos minúsculos que parecem feitos pra teste, não pra jogo final.


🌐 Online: A esperança tá aqui

Nos testes antes do lançamento, o online segurou bem, mesmo com pings de 150~180ms. Partidas rápidas, sem lag absurdo e um netcode sólido. Só que, como sempre, é no lançamento real que a verdade aparece.


📊 Resumindo:

Fatal Fury: City of the Wolves é um baita presente pra quem esperou décadas por uma sequência de Garou. Tem alma, tem estilo e traz um sistema de luta complexo, técnico e muito satisfatório.

Mas… falta polimento. A IA desbalanceada, o input meio bugado, a interface preguiçosa e um modo história sem sal impedem o jogo de ser tão lendário quanto poderia.

Se você ama jogos de luta técnicos e quer fugir do loop Street Fighter 6 x Tekken 8, pode se jogar sem medo. Só entra sabendo que alguns ajustes ainda são urgentes.


🔥 Pontos Fortes:

✅ Sistema de luta profundo e estratégico
✅ Visual incrível, personagens lindos e bem animados
✅ Online promissor, com netcode sólido
✅ Roster bem variado e divertido de jogar

🧊 Pontos Fracos:

❌ IA absurdamente apelona, quebra o ritmo
❌ Problemas de input continuam da beta
❌ Modo história sem graça e com cenários genéricos
❌ UI feia e menus desconfortáveis de navegar


🎯 Veredito Skadoz:

Fatal Fury: City of the Wolves honra o legado de Garou no que importa: gameplay afiado e lutas emocionantes. Mas tropeça feio no acabamento — dá pra sentir que é um jogo que precisava de mais alguns meses no forno.


⭐ NOTA FINAL SKADOZ: 8/10 — Excenlente

👉 Recomendado pra quem ama jogos de luta técnicos e quer algo diferente do mainstream. Mas esteja preparado pra aturar umas escolhas bem questionáveis do jogo.

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