Entrevista com os desenvolvedores de F1 25 — Path Tracing, LiDAR, My Team e mais!
Com o lançamento de F1 25 se aproximando, a equipe da Codemasters — composta por Lee Mather (Diretor Criativo Sênior), Gavin Cooper (Diretor Criativo) e Si Lumb (Produtor) — respondeu às nossas perguntas sobre as principais novidades do jogo. Eles falaram sobre melhorias gráficas, física de corrida, a evolução dos modos Braking Point e My Team, além da utilização da tecnologia LiDAR para criar pistas ainda mais realistas.

Quais são as maiores novidades chegando em F1 25?
Gavin Cooper:
Temos muitas novidades empolgantes! O modo My Team recebe sua maior atualização desde que foi lançado. Agora, os jogadores assumem o papel de Dono de uma equipe de Fórmula 1, com foco muito maior na gestão tanto da equipe quanto dos dois pilotos.
O Braking Point também está de volta, com a equipe Konnersport consolidada no grid e brigando por campeonatos. Pela primeira vez, os jogadores poderão continuar a experiência com a Konnersport em outros modos após finalizar o Braking Point, levando o time para o Driver Career ou My Team.
Além disso, incorporamos a tecnologia LiDAR em mais circuitos, aumentando muito a fidelidade e o realismo. E, pela primeira vez na franquia, será possível correr em versões de pistas com layout invertido, como Silverstone, Zandvoort e Red Bull Ring, trazendo um novo desafio para os jogadores.

Como o uso da tecnologia LiDAR impacta na jogabilidade?
Lee Mather:
As pistas escaneadas com LiDAR oferecem uma precisão sem precedentes. Jogadores que são atentos aos detalhes vão perceber nuances reais no traçado, na posição das zebras e no entorno da pista.
Mas não é só isso. Todos se beneficiam de um ambiente recriado com extrema fidelidade — desde arquibancadas até a topografia. E um diferencial: os dados LiDAR foram capturados durante fins de semana reais de F1, garantindo a representação mais atualizada possível das pistas.
O novo capítulo de Braking Point se conecta com as histórias dos jogos anteriores?
Gavin Cooper:
Sim! A história continua acompanhando a equipe Konnersport, com Aiden Jackson, Devon Butler e Callie Mayer.
No Braking Point de 2021, vimos Aiden, um novato determinado, enfrentando Devon, um rival implacável. No F1 23, a Konnersport surgiu e Callie Mayer, primeira mulher a vencer a F2, entrou na F1. Devon também teve uma mudança de mentalidade, criando espaço para Callie crescer. Agora, após duas temporadas difíceis, a Konnersport está mais forte do que nunca para o F1 25.
Mas quem não jogou os anteriores também poderá aproveitar a história de forma completa.
Quais são as melhorias no modo My Team?
Gavin Cooper:
O My Team foi reformulado. Antes, o jogador acumulava os papéis de Dono e Piloto, o que não é comum na vida real. Agora, o foco é exclusivamente na gestão como Dono da equipe.
Há mais controle sobre os pilotos, inclusive decidindo quem corre nos finais de semana. A progressão está ligada ao crescimento da Fan Rating (classificação de fãs), que aumenta ao cumprir objetivos e vencer rivalidades.
O quartel-general da equipe também foi totalmente redesenhado. Ele cresce conforme a reputação da equipe, impactando decisões como contratação de pessoal, manutenção das instalações e desenvolvimento de peças.
A árvore de Pesquisa e Desenvolvimento agora é mais estratégica. Dá para escolher produzir uma única peça de um pacote de melhorias e decidir qual piloto recebe primeiro — isso influencia na moral e até nas negociações de contrato.

Como funciona o sistema de patrocinadores no My Team?
Gavin Cooper:
Seu número de decalques no carro é limitado pela sua Fan Rating. À medida que ela cresce — cumprindo feitos, vencendo rivalidades e tendo bons desempenhos — você atrai mais patrocinadores.
Cada espaço de adesivo gera renda, mas há uma redução gradual no retorno financeiro quanto mais cheio o carro fica. Fizemos isso para equilibrar, sem forçar os jogadores a encherem o carro de logos se não quiserem.
Além dos patrocinadores menores, existe o patrocinador principal, que garante a maior parte da renda e é fechado por toda a temporada. Mantê-lo ou trocar por outro mais lucrativo faz parte da estratégia.
As entrevistas estão de volta no F1 25?
Gavin Cooper:
Sim, as entrevistas retornam no Braking Point, com respostas dubladas e adaptadas ao contexto — como vitórias, acidentes ou rivalidades. A tecnologia Nvidia Audio2Face faz com que as expressões faciais sejam muito mais realistas, como numa transmissão de TV.
Porém, no Career Mode elas não estarão presentes desta vez, por conta da complexidade em criar diálogos relevantes sem dublagem dos pilotos reais. Mas não descartamos essa possibilidade para o futuro.

Veremos carros clássicos da F1 no jogo?
Lee Mather:
Não neste ano. Com o foco no Braking Point, na evolução do My Team, nas pistas LiDAR e nos layouts invertidos, os carros clássicos ficaram de fora. Mas é sempre um tema em discussão.
Quais foram as melhorias na física e dirigibilidade dos carros?
Lee Mather:
Fizemos vários ajustes com base no feedback dos jogadores e da comunidade de simuladores. Alguns dos principais são:
- Transição mais equilibrada entre equilíbrio mecânico e aerodinâmico.
- Trocas de marcha mais suaves, que não desestabilizam o carro.
- Ajustes no comportamento do ERS, DRS e vácuo, tornando as ultrapassagens mais eficientes.
- Modificações no desgaste dos pneus, permitindo estratégias mais variadas.
Além disso, com as opções de setup, os jogadores podem adaptar o carro exatamente ao seu estilo de pilotagem.
E sobre as opções de setup do carro?
Lee Mather:
As opções são bem profundas. Dá para ajustar:
- Carga de combustível (impacta o peso).
- Aerodinâmica (que também influencia altura e suspensão).
- Transmissão, freios e pressão dos pneus.
Tudo isso para encontrar aquele décimo de segundo que faz a diferença!
O que podemos esperar visualmente com o Path Tracing?
Lee Mather:
É um salto enorme no realismo! O Path Tracing traz reflexos, sombras e iluminação ambiental muito mais precisos, com a luz se comportando de forma real, incluindo múltiplas reflexões.
Se você estiver correndo em Bahrein ou no pôr do sol em Baku, a iluminação muda dinamicamente, tornando tudo extremamente fiel à realidade.
Além disso, aprimoramos o tonemapping e atualizamos os shaders das pistas, fazendo com que superfícies, vegetação e até detalhes como as cerejeiras em Suzuka sejam mais realistas.

O PS5 Pro terá melhorias exclusivas?
Lee Mather:
Sim! F1 25 aproveita os recursos do PS5 Pro, como:
- Modo Qualidade: Ray Tracing na pista usando PSSR, mantendo 4K/60Hz.
- Modo Performance: Agora roda em 4K (em telas 120Hz).
- Modo Resolução: Oferece 8K/60Hz (em telas 8K) ou 8K/30Hz com todos os efeitos Ray Tracing ativados em cutscenes e replay.
- E a tela dividida agora roda a 60 FPS!
Nosso compromisso é sempre oferecer a melhor experiência possível nos consoles.
A série F1 chegará ao Nintendo Switch 2?
Lee Mather:
Por enquanto, não temos planos para isso.
Qual a importância da tecnologia PSSR no PS5 Pro?
Si Lumb:
O PSSR é incrível. Inicialmente nem planeávamos usá-lo no F1 24, mas os testes nos surpreenderam. Ele permite que façamos renderizações de alta qualidade com Ray Tracing em resoluções elevadas, mantendo o desempenho e a qualidade de imagem excelentes.
E no F1 25, com ainda mais pistas escaneadas via LiDAR, o impacto visual é gigantesco. Estamos muito animados com as possibilidades futuras!